Cinco bairros da capital baiana vivem novo boom imobiliário
Fonte: Correio
Quem anda pela Barra, em Stella Maris, Jaguaribe ou Pituaçu e no Horto Florestal, logo pensa: é obra que não acaba mais. Nestes locais, de uma esquina a outra, é comum notar áreas que cercam um terreno onde prédios sobem sem parar. É que, de acordo com a Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), estes bairros se transformaram os maiores ‘canteiros de obras’ de Salvador.
Sem definir uma ordem ou dar o número de prédios recém lançados, a associação afirma que estes locais são as que mais registraram empreendimentos entre 2020 e 2022. Mais do que isso, segundo Cláudio Cunha, presidente da Ademi-BA, esse grupo deve seguir liderando as estatísticas imobiliárias na capital baiana, mesmo com o valor do m² mais caro da cidade, segundo a associação.
“Alguns bairros de Salvador vêm se destacando pela infraestrutura urbana, acessibilidade, comércio e serviços que apresentam. […] E devem permanecer entre os mais procurados, seja para morar ou investir”, projeta Cunha, informando também que o m² nesses bairros, atualmente, varia entre R$ 11 e R$ 14 mil para clientes interessados em novos empreendimentos.
O Horto, inclusive, é sede de um projeto com requalificação de ruas, construção de novas praças e entrega de novos mobiliários urbanos para os moradores da região. Entre os outros bairros à frente na construção, o que há de comum é a proximidade da praia. Sócio-diretor de marketing da imobiliária Lança Bahia, João Lessa explica o porquê.
Houve mudanças na Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo (Louos) e do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU). “Como a orla é ponto turístico, a rentabilidade desses imóveis é muito alta. […] E essa decisão da prefeitura, que permite a construção de prédios [de 10 a 12 andares] nessas áreas, faz com que, muito rapidamente, esses bairros virem regiões de prédios”, fala ele, lembrando o projeto aprovado em 2016.
Perfis diferentes
Apesar de estarem na orla, os bairros com mais obras não têm o mesmo perfil de empreendimento. Na Barra, como disse a moradora, os prédios são construídos para habitações menores, que atendem um público específico. É isso que explica Noel Silva, diretor pedagógico do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Bahia (Creci-BA).
“Stella e Pituaçu são voltados para residências e Barra para investir. […] Por ter se tornado um bairro atraente para imóveis para locação de temporada. Em função disso, os incorporadores compram casas e transformam em empreendimentos. Esse produto geralmente é compacto, em torno de 30m²”, fala.
Quem vai para a região de Pituaçu, Jaguaribe e Patamares procura outro produto. Como dito antes, são empreendimentos com dois apartamentos por andar e de extensão bem superior em relação ao que se vê na Barra. Uma área para moradia perto do mar com espaço adequado para um maior número de pessoas.
Para lá, além da possibilidade da transferência do Carnaval para o bairro da Boca do Rio, que fica próximo, existe também o anúncio já divulgado pela Prefeitura de Salvador sobre a reforma da orla. Após as intervenções, o setor imobiliário espera ainda mais moradores.
Em relação a Stella Maris, João Lessa explica que os empreendimentos do bairro são procurados, principalmente, para quem quer ter uma casa de veraneio, mas se assusta com os preços do Litoral Norte, que teve boom imobiliário.
“Muita gente do interior ou que mora em Salvador, mas longe da orla, também gostaria de ter uma casa de praia. Aí você percebe que tem pessoas que moram aqui e investem em Stella Maris para ter uma segunda moradia, um point do fim de semana. Muita gente quer isso e o litoral norte ficou muito caro”, completa.
Fotos: Divulgação e Marina Silva/CORREIO